6 de março de 2009

O ANÚNCIO


Leandro Luís M. Ribeiro
Reflexões de Vida à Vida
Escrito 1; 15/jan/2009

O ANÚNCIO

A dimensão da vida humana é marcada, além de muitos outros aspectos, especialmente pela força motivacional, dócil, sábia e simples da palavra que sai da boca de um ser, seja este humano ou, particularmente, divino. Essa profunda manifestação e impulso à vida encontram-se nas boas ações, em afáveis conversas, em frutíferas amizades, no cotidiano, na imaginação, no aconchego da particularidade, na vida de sociedade, na oração pessoal e comum, na Bíblia e na pessoa do Criador: o próprio Deus. Essa proeza recebe o nome de Anúncio, cujo objetivo é transmitir algo especial, acessível, belo, puro, presente: a pessoa de Cristo, o Evangelho Vivo que gera Vida em todos!
Nas diferentes realidades este “ar da graça” se expande e encontra habitação: o coração da pessoa humana. Cada momento da existência é único e, por assim ser, deve ser renovado com todas as forças e desejos bons de melhorar a confiança na graça do Pai Celeste que envolve dignamente e, por que não, perpetuamente cada indivíduo, seja ele do jeito que for ou, onde estiver, ou em qualquer atividade que desenvolva.
Para que seja pleno o anúncio da Boa Notícia, o compromisso daquele que segue ou que almeja o serviço da (na) vinha divina – neste caso, pode-se encaixar o anunciador – , a abertura aos dons e carismas deve ser intensificada, desmedida, abundante, confiante, compromissada, incessante, despojada. Pois não existe receptividade da palavra sem abertura e o mínimo interesse em recebê-la, primeiramente, por parte daquele que a anuncia e, por conseguinte, por parte daquele que, porventura, venha a escutá-la.
Na evangelização não há anunciador sem receptor e vice-versa. Todos podem assumir uma dessas dimensões podendo, inclusive, alterná-las: hoje um escuta e outro fala, amanhã este diálogo de se inverte, o que aperfeiçoa e torna agradável o anúncio. Sem miséria na doação dos dons, cada ser humano tornar-se-á um comprometido efetivo no anúncio do Evangelho. Isoladamente não se pode crescer, não se pode desenvolver uma afeição sincera e benéfica com a Palavra. Uns precisam dos outros. Assim se faz uma profunda realização do Verbo: todos em Cristo formando um só corpo e um só espírito, formando a verdadeira comunidade.
Aquele que acolhe a palavra e, também, aquele que a anuncia, ambos em oração constante e com um primoroso testemunho de vida, não transmitem uma simples propaganda comercial, marqueteira, pessoal ou individualista, muito menos ideologias fúteis e inconseqüentes; nem sequer fazem propaganda de si mesmos ou de um grupo qualquer, mas sim transmitem o Evangelho que é o próprio Cristo Jesus, o Salvador, o Messias, o enviado de Deus-Pai, o Irmão por divina filiação de toda a humanidade.
A ação de Cristo relatada nos Evangelhos é sinal, nos quais, cada cristão deve se apoiar e tomá-los como incentivo à caminhada de Fé e à realização do Plano Salvífico de Deus proposto a um mundo envolto em trevas e, cada vez mais, desfigurado por pseudo-prazeres e por supérfluos apegos.
Sem o Anúncio não se pode sobreviver à tentação constante. Sem Anúncio não se pode construir o Reino da Vida, da Concórdia, da Esperança, da Paz, da Misericórdia, da Missão, do Amor, da Fraternidade, do Discipulado: ou seja, sem Anúncio não se conhece a Cristo, sem Escuta não há a Vida no Cristo.

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