6 de março de 2009

NOTÍCIA

A Dimensão Missionária na Igreja

Em Puebla, movidos pelo Espírito, os Bispos do continente fizeram uma declaração muito corajosa: “...devemos dar de nossa pobreza”. Na ocasião foi publicado também um apelo a todas as Igrejas da América latina com o título: “Finalmente chegou a hora”. Tratava-se de um forte estímulo para que assumissem a evangelização de todos os nossos irmãos do mundo ainda não evangelizados. Nesta página, para motivar o Mês Missionário 2004, falarei dos organismos missionários e do que está se fazendo para animar missionariamente a ação pastoral da Igreja no Brasil.

ESTRUTURAS

A) ORGANISMOS ECLESIAIS

O Conselho Missionário Nacional

– COMINA nasceu em 1971 para coordenar todas as forças missionárias do Brasil e para reforçar a dimensão missionária das Igrejas locais. Ao longo destes últimos 30 anos, este organismo procurou ampliar suas ramificações no âmbito dos Secretariados Regionais da CNBB, criando os Conselhos Missionários Regionais

– COMIREs, como também, em nível diocesano, os Conselhos Missionários Diocesanos - COMIDIs. Esses organismos missionários, em seus diversos níveis, assessoram e coordenam a animação missionária atendendo às Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - DGAE.

B) A SERVIÇO DA MISSÃO

A dimensão missionária da Igreja no Brasil está se tornando cada vez mais articulada. Vejamos:

• Projetos concretos de cooperação missionária surgiram em âmbito nacional, regional e diocesano, seja para atender às necessidades da própria Diocese, como também em regiões de maior necessidade no país e além das fronteiras nacionais.

• A imprensa missionária, apesardas grandes dificuldades, luta com grande idealismo e, muitas vezes sem apoios, para continuar sua tarefa de formação e informação.

• As Pontifícias Obras Missionárias - POM, diretamente ligadas à Santa Sé, tornaram-se mais dinâmicas e integradas na vida da Igreja do Brasil.

• O diálogo com a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB tem ajudado para aproximar as famílias religiosas de carisma missionário ou empenhadas em iniciativas além fronteiras.

• O dinamismo das Santas Missões Populares, e outras formas de missão, reforçaram em muito o entusiasmo missionário de sacerdotes, religiosos(as) e leigos(as).

SUA NATUREZA

A) ARTICULADO NA PASTORAL DE CONJUNTO

A Igreja é missionária por sua própria natureza. Por isso, não há nada na ação evangelizadora das Comunidades, Paróquias e Dioceses que não esteja impregnado pela dinâmica da missão.

Da mesma forma, os diversos Conselhos Missionários, inclusive os Conselhos Missionários Paroquiais - COMIPAs, estão intimamente ligados ao planejamento pastoral e não se pode entendê-los fora disso.

Uma ação pastoral de conjunto, numa Diocese, não pode dispensar-se também da destinação dos recursos humanos, materiais e financeiros suficientes para que sua equipe missionária possa realizar suas tarefas.

Assim também, nenhum outro setor, serviço ou pastoral podem sentir-se dispensados de pensar e promover sua atividade específica, sem levar em conta os horizontes da missão da Igreja, aqui e no além fronteiras.

A dimensão missionária exige de todos os segmentos da Igreja a qualificação de seu quadro de pessoal. A improvisação é inimiga da missão e favorece a repetição de erros do passado.

B) SINAIS DOS TEMPOS

A Carta Encíclica Redemptoris Missio inicia e termina (n.º 1 e n.º 92) acenando para a necessidade de um olhar atento para os sinais dos tempos, seja para fazer uma leitura adequada da realidade, seja para recuperar o ânimo na missão. Já passamos por tormentas e calmarias na grandiosa tarefa missionária.

Um novo ardor, novos métodos e novas expressões na missão exigem de todos e de cada um a capacidade de, com serenidade e coragem, responder fielmente ao mandato missionário do próprio Jesus:

“Ide e pregai o Evangelho a toda criatura...”.

SUAS TAREFAS

A) A COORDENAÇÃO

Coordenar é pôr as coisas numa determinada ordem. O ministério da coordenação requer o princípio da subsidiariedade, do planejamento participativo e de uma adequada compreensão dos fins a que se destina. Ao menos por isso, a dimensão missionária da ação evangelizadora exige uma equipe de coordenação, capaz de levar adiante propostas e projetos em seu campo específico.

B) A ANIMAÇÃO

Se é verdade que vivemos em tempos de motivação mais de tipo vivencial e emocional, e que as pessoas não reagem mais apenas pelo convencimento intelectual, então a animação missionária é uma necessidade. Animar nossos agentes, nossas comunidades e os cristãos em geral parece fazer parte do espírito religioso baseado na opção e não na obrigação. Nossas opções precisam ser provocadas, vez por outra.

C) A FORMAÇÃO

Uma das descobertas desconcertantes que estamos fazendo é que a formação religiosa da nossa gente não foi suficientemente sólida. Deixar de formar agentes para a missão por um ano pode significar a perda de muitos anos logo aí na frente. Os fenômenos do neo-pentecostalismo e do ateísmo prático, em todas as camadas sociais, parecem estar a nos dizer que é necessário preocupar-se seriamente com a formação

D) A COOPERAÇÃO

Cristãos em geral e as Igrejas Diocesanas estão acordando para a cooperação missionária. Vários são os projetos neste sentido (Igrejas Irmãs, Igrejas Solidárias, missão além fronteiras...).

O número de missionários brasileiros no exterior cresceu. O deslocamento de pessoas e comunidades para a Amazônia e o nordeste também está se verificando. Entretanto, em termos financeiros, é ainda mais o que o Brasil recebe da Congregação para a Evangelização dos Povos, do que recolhe na coleta realizada no Mês Missionário para as missões além fronteiras.

Nosso gesto de partilha com a ação missionária de toda a Igreja, que tem seu momento forte no mês missionário, ainda está longe de expressar a generosidade e a sensibilidade tão típicas do povo brasileiro.



FONTE: http://www.pime.com.br/noticias.inc.php?&id_noticia=5554&id_sessao=3

Nenhum comentário:

Postar um comentário