26 de abril de 2013

Padre Fabiano partilha experiência em na Diocese de Ponta de Pedras





Há nove meses na Diocese Irmã de Ponta de Pedras, padre Fabiano José Pereira está passando alguns dias de férias junto à sua família aqui no Sul de Minas. Juntamente com o padre Leandro Silva, eles estão atuando na Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Cachoeira do Arari, no Pará.
Numa visita ao Seminário Arquidiocesano, onde partilhou um pouco dessa experiência com os seminaristas, padre Fabiano conversou com o portal Arquidiocesepa.org.

Já foram nove meses. O tempo passou rápido,  não?
Passou muito rápido. Foram 9 meses de uma presença constante na vida do povo. Padre Leandro e eu, primeiramente, optamos por conhecer a realidade através das visitas às casas das pessoas, às comunidades ribeirinhas, campo e  nas cidades. É claro, também, procurando ajudar a comunidade nas formações. Formações coma liderança das comunidades, de um contato muito presente na vida do povo, de presença nas famílias e nas comunidades com as formações.

A realidade que vocês encontram lá, era a realidade para a qual vocês estavam preparados? 
Preparado cem por cento não estávamos. Conhecíamos teoricamente a realidade. Cada um de nós está fazendo esta experiencia de ser um sinal da presença de Deus na vida daquele povo. Na medida que a gente vai conhecendo a realidade, a gente vai se habituando com os costumes, com a linguagem, com a comida e com o jeito de ser daquele povo.

Quais as alegrias?
Você sentir o calor humano do povo marajuara, o sorriso da criança, apesar daquela simplicidade desde o seu nascimento. Aquele amor e a paz que transmitem, sem contar a acolhida por parte deles, mesmo com um jeito um pouco tímido. A gente sente aquela alegria profunda, aquele amor, aquela emoção quando chega alguém de fora, sobretudo quando o padre vai à comunidade.

E os desafios?
O calor, a distância e o transporte, tanto para nós padres quanto para o povo. O Marajó depende tudo de Belém. Todas as mercadorias vêm de Belém. Então, os produtos todos se tornam mais caros. Mesmo diante de tantas dificuldades eles procuram fazer o máximo.

O modelo de Igreja que o senhor estava acostumado aqui é muito diferente do modelo de Igreja encontrado lá? Quais são essas diferenças?
Diferente no aspecto institucional. Nós temos uma Igreja, aqui, institucionalizada, organizada, com seus conselhos. Aqui é uma Igreja que tem uma tradição. Lá é diferente. Lá as pessoas não tem tanta tradição religiosa. Os ritos religiosos, na maioria das comunidades, nasceram da própria cultura e do jeito deles. Hoje, se nós gastamos 4 ou 5 horas para chegar à uma comunidade com barco motorizado, imagine na época dos Jesuítas, quando chegaram lá para evangelizar. as dificuldades, porque não tinham motor, os meios de comunicação não eram tão desenvolvidos. Era tudo barco a remo. Então ficou muito comprometida a evangelização no início por causa dessas dificuldades. Em muitas comunidades brotou um rito próprio, à partir da cultura. a diferença está ai. Lá não tem tanta organização e estrutura, mas a Igreja  está ali presente, com o jeito de ser do próprio povo.

Fonte: Site da Arquidiocese de Pouso Alegre

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