A partir do dia 26 de julho os padres Fabiano José Pereira e Leandro Aparecido da Silva assumem um novo desafio em suas vidas sacerdotais. Eles viajam para a Ilha de Marajó, no Pará, onde assumem os trabalhos na Diocese irmã de Ponta de Pedras, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, município de Cachoeira do Arari. A permanência deles no Pará deve ser entre dois e três anos.
A Missa de envio e também despedida deles, junto a seus familiares, amigos e todo o clero da Arquidiocese de Pouso Alegre, está marcada para o dia 23 de julho, na Paróquia São João Batista, em Pouso Alegre, com a presidência do Arcebispo Metropolitano, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho.
Em entrevista ao site de nossa Arquidiocese mediante o jornalista Andrey Nicioli, os padres que se preparam para a Missão deram uma entrevista:
PE FABIANO JOSÉ PEREIRA
Como vai ser o trabalho? Existem trabalhos específicos
A diocese de Ponta de Pedras tem um planejamento e um dos objetivos da diocese é trabalhar a juventude, a família e suas diversidades. Não sabemos como vai ser o trabalho. Precisamos chegar e conhecer o jeito e a cultura do povo para depois trabalharmos a partir daquela história.
E o que o senhor sabe sobre a estrutura da paróquia e da participação do povo?
Eu tive a oportunidade de conhecer a paróquia em 2010, quando fiquei lá por 20 dias. A paróquia é dividida em comunidades ribeirinhas, comunidade de campo (ou rural, como chamamos por aqui) e as comunidades urbanas também. A participação do povo ainda está se aperfeiçoando. É um povo que ainda não tem muita tradição religiosa, pelo que eu pude perceber. A paróquia ficou seis anos sem padre e o último padre que passou por lá não tinha muita experiência pastoral. O povo ainda tem que ser iniciado na fé de um modo geral.
Esse processo de transição, já que são realidades diferentes, como o senhor vem se preparando?
Não é fácil. Eu tenho quatro anos e meio de padre, dos quais três trabalhei em Poço Fundo. Cheguei à Paróquia São João Batista, em Pouso Alegre, e comecei uma história com o povo. É muito recente para eu sair. Está sendo um “corte” na minha vida, humanamente falando. Por uma questão de fé, penso que é uma vitória, uma conquista para mim. Mas não está sendo fácil humanamente falando, porque na Paróquia de São João Batista eu sei em quem posso contar, onde estou pisando, está gostoso o trabalho e o relacionamento com o povo. O trabalho está fluindo, eu sinto isso. De repente eu tenho que sair. Mas estou indo por uma causa ainda muito maior, que é o reino de Deus.
Dá medo?
Dá medo e uma certa insegurança, porque a realidade é muito diferente. O clima, a comida, o jeito de ser, principalmente do povo, gera uma certa insegurança. Mas a gente sabe que o povo brasileiro, mesmo lá sendo um outro Brasil, como muitos falam, tem essa abertura. Por isso penso que não é impossível desfrutarmos de outro mundo a partir do momento que a gente avança.
Esse trabalho missionário da Igreja de Pouso Alegre, como o senhor avalia?
Está gerando frutos, está crescendo. Aqui não somos formados com esse espírito missionário, em sua raiz. Os conselhos missionários estão sendo formados nos setores da diocese, nas paróquias, os COMIPA’s estão crescendo. Em nível de diocese, o COMIDI está sendo articulado, tudo para que a missão seja uma dimensão, para que todas as pastorais e movimentos das paróquias tenham essa dimensão, esse “sangue” missionário. A missão não é uma propaganda apenas, mas que seja um testemunho.
A missão em Ponta de Pedras, como o senhor vê esse trabalho específico?
Eu vejo como um desafio muito grande, mas ao mesmo tempo, um amadurecimento enquanto pessoa e vocacionado do Senhor. Eu penso que é uma oportunidade que Deus está me oferecendo para um crescimento na fé e também como pessoa.
PE LEANDRO APARECIDO DA SILVA
Vocês já sabem como vai ser o trabalho em Ponta de Pedras?
Há dois anos, dois padres aqui da Arquidiocese (padres Odair Lourenço Ribeiro e Vanderlei de Assis Xavier) estão na diocese Ponta de Pedras (paróquia Nossa Senhora da Conceição) implantando o jeito de ser de nossa Igreja de Pouso Alegre, claro que respeitando a cultura local. Nós iremos continuar esse trabalho que eles já vem realizando.
São realidades bem diferentes. Como o senhor está se preparando para este momento?
De fato é uma realidade totalmente diferente, uma outra cultura, um outro jeito de ser Igreja. Eu creio que pra mim vai ser uma experiência muito positiva, uma experiência enriquecedora. Primeiramente, estou me preparando espiritualmente. Estou indo com o espírito muito aberto para crescer na fé e também ser um sinal e instrumento de Deus para aquele povo.
Quais os desafios e medos, se é que existem?
Existem com certeza. O primeiro (desafio) é a distância, a questão da família. Eu sou bastante ligado à família, tenho uma boa convivência com meus irmãos. Medo?! Toda novidade traz medo, não é? Mas eu tenho facilidade de convivência com o povo. Também tem a questão de adaptação ao clima, embora eu tenha uma boa saúde, tenho medo de talvez não me adaptar. Mas isso é só convivendo mesmo, lá, no dia a dia, que estarei fazendo essa experiência.
É um tempo de amadurecimento humano e vocacional também?
Com certeza, ainda mais que estou no começo do ministério. Apenas dois anos de sacerdócio. Eu creio que vai ser uma experiência espiritual gratificante, enriquecedora, de aprofundamento. Como a gente já falou, será uma outra cultura, um outro jeito de ser Igreja. Com certeza vai ser uma experiência muito positiva espiritualmente e humanamente falando.
A estrutura da paróquia e da diocese. O que o senhor conhece?
Os dois padres que estão lá tentaram implantar um jeito de ser da diocese nossa daqui, claro que respeitando a cultura do povo. Eu creio que a ente vai dar continuidade a esse trabalho e também tentando levar o nosso jeito de ser Igreja, uma Igreja que já tem uma estrutura também e uma boa organização. Vai ser um trabalho desafiador, mas gratificante. Eu e o padre Fabiano, cada um tem o seu jeito de ser, cada um tem a sua característica e nós vamos levar o nosso “jeitão” pra lá.
É o jeito da igreja de Pouso Alegre ser missionária?
Com certeza. Não tenho dúvida de que a nossa Igreja está crescendo pra isso, está se abrindo para isso. Existem projetos de até mesmo os estagiários fazerem a experiência lá. Acredito que com essa continuidade que eu e o padre Fabiano estamos dando vai despertar mais ainda o jeito de ser Igreja, ainda mais que os documentos da Igreja estão sempre interpelando para essa questão das missões.
FONTE: http://arquidiocese-pa.org.br/wordpress/2012/05/padres-de-pa-se-preparam-para-missao-na-diocese-de-ponta-de-pedras/
Nosso COMISE deseja aos Padres que partem em Missão um trabalho abençoado e que Santa Terezinha e São Francisco Xavier os abençoem nesta nova etapa em suas vidas.
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